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27 de jan. de 2010

Chiquitita

"No meio do caminho tinha uma pedra..."

E essa pedra na minha vida chama trabalho. Ou, melhor, a forma como eu encaro o trabalho. Como a minha relação com o trabalho ainda não está bem definida e ando numa crise séria de relacionamento, com todos os contornos de novela mexicana (a traição, o outro, a indiferença, o vilão, a choradeira), meu estômago está revirado e acabei passando o fim de semana bem uóóó.

Mas, encontrei uma ótima companhia. Estou enlouquecida por Chiquinha Gonzaga. Já gostava, mas não tanto quanto agora. Talvez tenha um pouco a ver com o feriado carnavalesco que eu e Mary V. teremos no grande Rio de Janeiro...

Pensei em fazer a piriguety do funk, a Helena do Manoel Carlos, mas agora quero fazer a Chiquinha no passeio público! Pois ela foi uma mulher maravilhosa, filha de mãe negra em uma época de racismo declarado, culta, divorciada e com mais de 50 anos se apaixonou por um adolescente.

Pianista, aprendeu a tocar violão no navio de guerra de seu primeiro marido, que tinha ciúme dela com a música. Primeira regente mulher e dona da primeira composição feita especialmente para o carnaval: "Ó Abre Alas".

Na madrugada de hoje, depois que parou de chover, saiu uma lua linda entre as nuvens, e eu ouvi "Sedutor" pelo computador, e achei que foi a música mais bonita já criada. Tá certo que logo encontro outra (deixa eu voltar a ouvir Beyonceeeeeeeeeee!!), mas por enquanto me contento em pedir proteção à Mestre Chiquinha das Mulheres Desesperadas!
Ajudai, mamita!

16 de jul. de 2009

Lastimável

- Moço, leva mas deixa eu descer, por favor?
- Fica quieta! Ajuda nóis, que nóis ajuda você!


E esse foi o breve diálogo que tive com o senhor ladrão que me roubou R$ 9 na segunda-feira dentro do ônibus saindo da faculdade.

Três jovens perseguidos pelo sistema, pelas barbaridades do capitalismo e pela situação crítica social do país assaltaram a mim e a outras seis pessoas no fundo do ônibus na segunda-feira.
Eles levaram alguns celulares, dinheiro que estava dentro da carteira de todos nós, e um bilhete único - para quem não é de Sampa, bilhete único é o mesmo que dizer "o filho da puta levou a merda do vale-transporte de um mês de trampo".

Esse ano entrevistei uma menina de 11 anos que quando o pai ficou desempregado, se tornou empacotadeira no mercado O Dia. Se eu zombo desses putos no blog não é pq sou uma fascista medíocre antigreve. Mas é em respeito a essa menina e a todas as pessoas daquele ônibus.

Ser assaltada no buzão depois de um dia de trabalho. Andar no transporte público com medo. Ter vontade de chorar após perceber o quanto se é vulnerável... Tem preço: e no meu caso custou R$ 9. Por R$ 9... É lastimável...

16 de abr. de 2009

Da dificuldade de ler emails

Nem sei o motivo de estar postando sobre isso, a não ser o fato de eu ter começado um dia muito bom que foi deprimindo, e terminou em uma quarta-feira de cólica dentro de um ônibus com um motorista meio burro.

A questão, amores, é que muitas pessoas andam reclamando da quantidade de emails que recebem diariamente, de que não conseguem lê-los, que a maioria deles é inútil, incoerentes, ou só dizem respeito a quem enviou. Pessoas no trabalho reclamam, na faculdade, amigos e outras espécies humanas também.

No entanto, li uma coisa incrível na Nova do mês passado com a Paola Oliveira na capa sobre etiqueta de trabalho (que é uma revista muito interessante! Fiquei realmente surpresa com a forma que essas moças descrevem algumas variações de sexo oral. É bem detalhista, um primooooor da literatura). Uma das questões era se eu seria perdoada em não responder alguns emails da minha caixa de entrada, já que eu recebo uns 200. E eles disseram que não.
Achei muito boa a resposta, e percebi que sou realmente mal educada. Quando eu tinha catorze anos, pensando que eu vivo em um mundo digital, a quantidade de emails que recebia era tipo, um PowerPoint encaminhado por dia, ou uma corrente me prometendo amor, sexo e dinheiro. A medida que fui criando mais responsabilidades, passei a receber cerca de uns 20 por hora. Em várias contas de email diferentes.

Não estou dizendo que todas as pessoas merecem respostas. Pessoas escrotas, não merecem! Spams não merecem se não vierem com promoções incríveis... Mas, as demais pessoas precisam e devem ter respostas. Elas vão entender que você demore para responder, mas não precisam entender que VOCÊ acredita que tudo o que VOCÊ diz é importante, mas o que elas dizem é ridículo ou supérfluo. Então, se eu puder dar a minha contribuição de hoje para um mundo melhor, seria: não assuma mais responsabilidades do que possa assumir, para não precisar arcar com as consequências de cada uma delas. Ainda que seja na forma de 500 emails absurdos, é preciso aceitar que elas nunca vêm com limite de caracteres, ou com tudo sob controle.

Responsabilidade é fazer o melhor para que tudo dê certo e competência é a forma como se lida com situações que não estão sob controle. Como quase tudo.

Nossa, como estou guty hoje!

Informações rápidas :::::: Os americanos premiaram o bispo escroto de Recife e Olinda que excomungou a menina de 9 anos que provocou um aborto após ser estuprada por um filho da puta. Acho que foi depois de ler essa merda que comecei a ter cólica. Aja útero para aguentar tanta idiotice.