21 de dez. de 2008

Um babaca

Sobre um cara que não sabe quem eu sou:


Eu trabalho em uma revista feminina. Estou prestes a completar 10 meses lá. Em uma das matérias da revista, conheci um cara, que tipo "cruzou meu caminho" literalmente! Tipo: apareceu em uma foto que fazíamos na Paulista e tive que pedir a ele autorização de uso da imagem para usar a foto.



O problema está no que eu ouvi dele. E acho que nunca me senti tão insultada na vida. E por mais que eu me conheça, depois de uma dia difícil, não é fácil segurar um choro de indignação com tanto preconceito em uma só pessoa. Ele veio com um discurso antialienação na mídia, que ele REALMENTE acreditava ser único. Pois, eu tenho uma novidade: esse discurso é tão batido quanto a maletinha dele com um adesivo "somos a favor da greve", e o jetinho de menino da mamãe da revolucionário de sala de aula.


Ele me disse que eu deveria falar sobre a Guerra no Haiti, por exemplo... E que ele não pode associar a imagem dele ao jornalismo da empresa em que eu trabalho. Que é alienante.
Então, eu tenho algumas lições de vida para o "não-alienado":


1) Trabalho em uma revista feminina que é reflexo de um movimento que se iniciou no início do século passado, com mulheres que brigaram pelo direito de ter prazer, de gastar o próprio dinheiro com elas, e não com os filhos, que se dá o direito de falar inutilidades, pois é muito mais estudada que ele... Afinal, você precisa estudar o dobro para ganhar 60% do salário dele.


2) Eu posso falar da Guerra no Haiti a hora que eu quiser e muito mais que ele. Pois, eu de fato sei o que está acontecendo e não fico arrotando conhecimento.
3) Ao invés de falar bobagem, compro lutas diárias por uma das causas que é possível lutar. Não fico de braços cruzados reclamando da mídia. Faço a minha parte diariamente, com paixão, responsabilidade e competência.

4) Eu sei o que é problema social, pois ele está na frente da minha janela quando acordo. Ou quando veio para casa tarde da noite, depois do trabalho com medo de ser assaltada por alguém do mesmo lugar que eu vim. Não fui vítima do sistema e por isso corro o risco de ser agredida por um semelhante.

6) Não gosto de discursos sociais proclamados por um playboy que nada sabe o que é isso e que realmente acredita que não há escolha para o pobre. Volta para sua casa e vai cuidar da sua família... Ela deve precisar mais de você!

Por último, para você que não me conhece. Vai ler alguma coisa e estudar um pouco mais... De má consciência e pensamento de massa, eu já estou farta.

Um comentário:

deLira disse...

pseudo-revolucionarios-de-esquerda.
odeio discursos contra midias.
soa como censura para mim.

odeio, ainda mais, discurso contra empresas.
soa maniqueista demais para mim.

odeio, ainda, ainda, mais, discurso contra um certo tipo d jornalismo.
soa idiota demais para mim.

que cara burro.
e estupido.
e sem nocao.

grrrrrrrrrrrrrrrrrrr