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Dois adolescentes. Irmãos gêmeos. Quinze anos de vida. Estudantes de escola pública, vidas comuns, alunos indisciplinados. Aos três anos, a mãe os abandonou com o namorado que hoje é o pai de coração, e foi embora com outro. Um dos irmãos, moreno (cujo apelido é o nome de algum país latino), e o outro galego de tudo. Há muito se descobriu que não poderiam estudar na mesma sala, ou ateariam fogo nela. Solução encontrada:
O pai, que cuida sozinho dos filhos, preocupado com o desempenho dos meninos na escola, e com o que a rua oferece a um menino dessa idade, arrumou um emprego como aprendiz em uma oficina mecânica para o filho alemão. Com isso, o irmão latino ia à escola pela manhã, enquanto o irmão trabalhador lá estava no noturno.
Um dia, já estava o gêmeo loiro embaixo do elevador da oficina, fazendo o conserto. O elevador, ou rampa, quebrou. O peso do carro foi em cheio na cabeça do pequeno.
A escola não dispensou os funcionários para cortejarem o menino. Ele foi enterrado em um caixote que a prefeitura concedeu e sobre seu corpo jovem e bonito, um papelão.
Em pouquíssimo tempo, acabou a vida cheia de vida.
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Quero escrever sobre tudo. Mas, sou pouco demais para a imensidão do que se apresenta na minha frente. E não tem guerras, ou genocídios, ou impérios caindo. É só tristeza e alegria genuínas.

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