31 de dez. de 2009

Bom Zigazig-ah 2010!



Dez anos depois... Okay, I’m sorry... Estava ocupada com a paz mundial! De qualquer forma, vim aqui hoje, desejar a todas um bom zigazig-ah para 2010!

Eu e Mary V. estamos vivendo um período lindo das nossas vidas em que não sabemos se nos jogamos da ponte. Nessas horas, as Spice sempre aparecem para salvar a pátria, ou pelo menos para nos dar um puxão de orelha.

A sempre sábia Mel B. já dizia em "Wannabe":

I wanna really, really, really wanna a zigazig-ah.

Eu podia fazer outra tradução como presente Beleza de Garota, mas acho que explicar o conceito, talvez seja mais produtivo:

Zigazig-ah nada mais é do que o direito que você tem de querer.

Não é a toa que está em “Wannabe” (pegou, pegou?)... Ter a liberdade para querer também significa querer com liberdade.

Será que você só quis o que seus pais queriam? O que seu namorado quis? O que sua melhor amiga quis para vocês? O que todo mundo acha que é bom para você? Será que você sabe interpretar suas vontades?

A questão não é o quanto o mundo e o capitalismo são opressores, meu bem!

Você pode arrumar um milhão de motivos para explicar sua vida de sacrifícios: medo de assumir os seus desejos, pois se você se enganar estará sozinha e a culpa será só sua; por preguiça de tomar um caminho mais longo; você ainda pode me dizer que a vida não te deu tempo suficiente para ficar pensando sobre isso, já que suas responsabilidades foram jogadas na sua cara de uma vez. Eu, com certeza, diria isso!

Então, o meu desejo de ano novo é que você não fique nem mais um segundo vivendo dessa forma! O “Santo Querer” implica também o “não-querer”: não quero trabalhar no final de semana. Não quero brigar. Não quero chuchu. Não quero você. Não quero ouvir sua voz. Não. Não. Não!

Mas, eu quero cerveja gelada, quero um vestido fresco, curtíssimo, que não me aperte, quero estar magra, quero comer batata frita, quero dar risada na hora errada, quero ir nadar sozinha de madrugada, quero um abraço, quero um emprego melhor, quero dinheiro, quero música!

So tell me what you want? What you really, really want?

I wanna, I wanna, I wanna, I wanna… I wanna really, really, really wanna a zigazig-ah

Pra mim e pra você também!

obs: outra explicação possível é que zigazig-ah seja um coisa completamente sem sentido, e que só esteja na música pra gente poder dar aquela tremedinha básica no joelho, maraaaaaa... Mas, eu vou ficar com a explicação filosófica-científica!

10 de nov. de 2009

a uniban e a turba

prometo um post com as minhas considerações até o fim da semana.
mas a coluna do Calligaris diz tudo (a da semana passada). pra quem não tem Folha eu copio aqui.

Chorei quando li, o sentimento dele, é aquilo que a gente pensa quando se vê feminista. "não, não acabou o feminismo, o mundo ainda é machista".

***

CONTARDO CALLIGARIS

A turba da Uniban

As turbas têm um ponto em comum: detestam a ideia de que a mulher tenha desejo próprio
NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.
A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".
Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.
Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".
Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia. Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".
Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.
Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.
O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.
A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.
Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.

24 de out. de 2009

Um abraço para minhas amigas

Mais um dia, minha querida, em que você acorda sem desejar.
Outro dia, querida, que você precisa fazer coisas que te amedrontam.
Não se sinta sozinha. Hoje, escrevo para te fazer um carinho.
Podia te dar um abraço, um bombom, retocar-lhe a maquiagem... Passar um lápis preto em seus olhos tão inchados de chorar.
Hoje sou eu quem te faz um carinho, pequena.

Pra não deixar seu coração desbravador se convencer de que você não pode, não é.
Pra não deixar o mundo te dizer o que fazer.
Você é maravilhosa. Brilhante. Inteligente.
Você não teme o ridículo e o mundo se enche de risos quando você sorri.
Sua ousadia é furiosa e vem vestida de vermelho. Rodopiando pelas ruas.

Eles já não te amam mais. Seus pais não podem te dar abrigo. Sua casa é só um monte de tijolos.
Você não admite, mas tenta se refugiar nas regras que o mundo lhe impõe... Faz um grande ato para todos se orgulharem, e assim perdoarem sua maquiagem borrada, seu cabelo desalinhado, sua falta de bom gosto. Assim você tem um caminho, uma direção...

Não faça isso se a sua vontade não é um grito!
Hoje, sou que te amo. É em você que tenho fé. Então, você já pode escolher os próprios sapatos e o jeito de andar...
Hoje, sou eu quem te faz um carinho.
E te aconselho a ir correndo. Correndo o mais rápido que puder e quando tropeçar, estarei lá para os curativos.

4 de out. de 2009

morgana ready-made



(Lygia Pape, Ttéia, 2002. Obra que arrepiou os cabelos do povo na Bienal de Veneza. É Brasil-sil-sil rs)

Acho tão lindo quando as pessoas acreditam em magia, porque daí eu me sinto menos boba de acreditar, de colocar o nome de um desafeto no freezer e "congelar a pessoa", de suspirar pra mim mesma um segredo na hora de dormir esperando que aquele ritual faça ele virar realidade, de queimar foto de ex-namorado e tomar banho de sal grosso. O Jorge Coli hoje na folha fez esse paralelo arte/magia. Ele relacionou magia com a coisa de "acreditar" na obra, a partir do momento em que se acredita operam-se mudanças de visao etc. É isso mesmo. É um nome no freezer, uma foto que você põe fogo pra ver se assim some a dor. A obra existe pra quem acredita, dependendo de quem acredita (um crítico, um comprador) ela vale mais ou menos, tem poderes invisíveis desligados de religiões. É a aura de paganismo que não abandona a arte. Porque, normalmente, quem gosta tem aquele pézinho no terreiro. E vamos diferenciar quem gosta de quem apenas se beneficia, já vi críticos que não sentem nada, só analisam. Seria péssima crítica, só sei ser sentimento com as obras.
Uma obra tem o significado da carta de tarot (a pessoa que vos fala tira tarot), onde vemos as cores, posições dos personagens e existem significados que vão sendo desvelados, vamos cortando véus espessos de "realidade" pra chegar na simbologia que existe naquela situação, com aquela determinada carta, é tudo muito instintivo, exige sensibilidade ao mesmo tempo que exige aquele conhecimento prévio. É a Pont Neuf encapada do Christo e da Jeanne-Claude. A ponte tem o significado de passagem de fases, possuir essa passagem, embrulhar ela como um presente, como um pacote que pode ser entregado, tem lá o seu significado, foi o que ele fez pra comemorar sua cidadania francesa. Eu fico toda arrepiada com essas coisas, mas pra quem não curte é só "uma loucurinha de artista".
E isso já fez muita gente rígida e cheia de razão duvirar da minha capacidade intelectual, ainda faz muitos professores torcerem o nariz e muitas tias velhas me tratarem como adolescente que não faz ideia do que é a vida. Já levei muita bronca, muito pito por ser "leviana": "isso aí é decoração, não serve pra nada", "tarot é idiotice".
No fundo continuo achando muito lindo, com essa palavra bem leviana mesmo "lin-do", tomar esses pitos e saber que existe o "Nós" e o "Eles". Eles não acreditam, logo, o segredo é Nosso. O que a gente vive, por ser acreditado e inventado não pode ser sentido passivamente. "Eles" talvez nunca vão sentir isso como a gente, precisam de mais pra sentirem prazer, mais dinheiro, mais bebida, mais comida, mais conquistas amorosas. O prazer deles é factual enquanto o nosso pode ser inventado.
Eles precisam de dinheiro e de certeza e a gente de piada e de sal grosso.

2 de out. de 2009

pimenta nozóio dozotro

acho que esse post e esse post (em english) dizem tudo. Não me interessa, ele estuprou uma menina, ela poderia ser uma mulher de 30 anos na época e mesmo assim seria crime. Ela disse não e ele não ligou. É estupro e é crime, e impunidade é uma coisa que incomoda. Não me interessa se ele é um gênio, um mundo sem estupro é melhor do que um mundo sem filmes. O comportamento dele é típico de quem não tem limites, pode fazer o que quer baseado em ego, fama, poder, machismo...
Almodovar ter a campanha dele, eu tenho a minha:




1 de out. de 2009

a voz dos outros

Que tal começar a falar com a própria voz? Com o próprio tom, e não aquele tom do "fala direitinho" dos pais e professores? Falar sem a intenção de agradar, apenas ser ouvida, como... um homem faria?
Que tal começar a pensar com a própria cabeça? Porque muito da sua "moral" e daquilo nos acostumamos a chamar de ética não passa de ideologia patriarcal, tão internalizada que parece natural. O que te faz anti-aborto? Quem te fez ser anti-aborto?
77% dos lideres anti-aborto são homens, mas eu aposto que os outros 23% são mulheres agradando aos pais, a deus, aquilo que lhe foi ensinado que era certo. É muito obscurantismo achar que o certo é nosso dever, que o certo deve não apenas existir, mas ser imposto. Isso de "estou certo, você é errado" é medieval, e no fundo vocês sabem, non?


* Tradução: 77% dos líderes anti-aborto são homens, 100% deles nunca ficarão grávidos. É o seu corpo. É a sua decisão. Programa de educação pública pró-escolha. É pró-escolha ou sem-escolha.


27 de set. de 2009

De estilhaço e de aço


Ele cuspiu no braço dela e sorriu com o piercing no lábio que só faz sorrir.Talvez por conta daquele cabelo enorme com pontas para todos os lados. Loiro e laranja, seco e desajeitado.
Talvez ele cuspiu, pois ela era gorda e usava uma calça de zebra colada, que lhe marcava cada vinco, cada rachadura, cada cicatriz.
Ele cuspiu no braço dela e sorriu enquanto o metrô enchia de gente e olhava aquela peruca bicolor.
O sorriso dela se apagou sob os olhos pintados de preto. Ele sentou ainda sorrindo.
Lentamente, eu vi a mão dela limpar o cuspe. Disfarçadamente. Como se arrancasse a pele.
Eu vi tudo isso.
Vi o olhar dela feito pedra acompanhar os vultos do metrô. Ele cuspiu na força com que ela segurava a barra.
Ela endireitou o corpo e ficou mais ereta do que nunca.
Eu fiquei com vergonha e olhei para dentro de mim querendo perder os poderes, perder as energias e a força.
Também quis chorar com ela.
Mas, eu também não consegui.
Sem perceber, estava ereta em meu assento.
Só esperando o primeiro julgamento.
Quem me sentenciou, fui eu.

18 de set. de 2009

Contrariando expectativas

Bom dia, alegria!

Hoje é sexta-feira, 18 de setembro, e o sol is shinning! Segunda acordei com uma gripe que muito se assemelha à gripe A(H1N1)... Se peguei, f*u, pois já contaminei o trabalho, a faculdade e todos que passaram ao meu lado.

Não consegui ir aos treinos de handebol por causa do trabalho. Não consegui ir às aulas da faculdade por causa do trabalho. Trabalhei feito uma louca, pensei na fome das crianças na África, na minha melhor amiga que vai casar de verde, na minha vida que pode acabar sem meu pulmão, nos ônibus lotados, no semestre todo que vem pela frente e...

Começa mais um dia, everybody!

Hoje é sexta-feira, 18 de setembro, e perdi a balada da faculdade por causa do trabalho e do meu pulmão congestionado...

Então, para quem começa o dia nessa mesma alegria que eu, aí vai a Solange! Dica do Rafa, que como eu, chama a fofa de "SOULEEEENGI":

15 de set. de 2009

ms. brightside

Mais uma terça-feira editorial. Muito autor ligando, muito estagiário merdando, muito livro na gráfica.
Editor quando morre sobe direto pro céu, viu? Fica leve que é uma beleza, porque os pecados a gente paga por aqui mesmo.
A boa notícia do dia é que eu VOU no show do The Killers! Sim, venho aqui dividir a alegria de comprar meus primeiros ingressos pra um show, coisa que eu nunca fiz na minha adolescência perdida. Agora na lista das coisas que perdi na adolescência só falta o namorado abusivo, a amiga traíra, as drogas, vomitar na rua e sexo com estranhos aleatórios (hm... maybe not!)
Honestamente não sei ao certo o que me afastou dos shows até hoje, se foi a multidão, ou a falta de dinheiro, ou minha mãe que não sabe chegar em lugar nenhum da cidade - eu, na adolescência, quando ainda era country-girl-teen, só ia pros lugares dos quais eu soubesse voltar sozinha, caso ela precisasse me buscar seria O fuá, uma vez minha mãe tentou me levar na escola e acabou na Dutra indo pro Rio de Janeiro, depois disso nunca mais, nem pra buscar o diploma ela foi comigo - e numa situação dessas fica difícil ter 16 anos e ir pro Credicard Hall à noite, ou pra Chácara do Jockey. Mas acho que parte desse desinteresse foi ter tido uma turma muito grande, com amigas que sempre tinham uma casa e uma panela de brigadeiro para oferecer no fim de semana, a gente conseguia fazer a diversão do nosso mundinho.
Vamos para o show eu e o chuchuzón, que detesta a banda, mas também nunca foi num show, dois show-virgins, que lindo. Vamos ver quem vai reclamar mais, eu, por causa da muvuca ou ele, por todo o resto (ele não gosta de música alta, esse é o nível da solidariedade desse homem em me acompanhar). O show é dia 21 de novembro, até lá já decorei toda a discografia. Tomara que relembrem os velhos tempos e toquem essa e essa.

To preparando post nervosito feminista pra amanhã - to entre ele e o devaneio que tive sobre a separação entre digital e analógico. Eu queria ser leve todo dia, mas a minha parte engraçada é mais chata que a séria. Entediei só de ler esse post, então amanhã tem coisa séria!

14 de set. de 2009

me perdoa!

(ela, abalativa como sempre, inspiradora)

Caras leitoras do Uma beleza de garota

Creio que vocês, os leitores, sejam apenas a Billie e o meu pai, mas enfim.

Aqui vos fala uma arrependida blogueira que não conseguiu honrar seu compromisso! Sabe como é, de repente seu condicionador para de funcionar, você fica obcecada pela nova música da Shakira, seu trabalho resolve pirar, as aulas voltam, acontece uma primavera dos livros, seu homem pega gripe suína e numa experiência que só quem vê o after life tem, ele resolve te pedir em casamento!

Pois é, vocês leram, a feminista que vos fala vai se casar no dia 31 de outubro, na flor da idade, mas já no bico do corvo da vadiagem. Casada eu já sou, mas o estado não reconhece quando eu falo que na verdade “a gente é tipo gêmeos siameses” no poupatempo, então vamos casar. Homem adora mulher doida e o chuchu, apesar de não corresponder à definição de “homem” (tipo que assiste futebol e coça o saco) não resistiu à toda a vergonha que eu já fiz ele passar, na verdade, como diria a Billie, achou MARAAA.

Feminista também casa meu povo, abalativamente, claro, com direito a festa em pizzaria, vestido de noiva verde, champagne cor-de-rosa e lua de mel em Paris.

Sim, você ouviu certo de novo, amiga leitora! A lua de mel é em Paris! Prometo retomar meu compromisso de escrever muito aqui no bloguinho do coração antes da viagem e mais ainda depois pra contar todo o loosho de roubar sanduíche de presunto no café da manhã do hotel pra poder almoçar.

Prometo jogar caneca na Monalisa, e na caneca estará escrito “ao uma beleza de garota e nossas irmãs neuróticas!”, ficaremos internacionais!

Venho renovar minha promessa, e, pra pagar minhas dívidas, prometo um post por dia!

Beijomeleia, yours truly,

Mary



14 de ago. de 2009

Mama África


Ontem no bar, Rich Bérgamo, ou Rich Bowie, um dos cabras mais valentes do Velho Oeste disse:


Rich - Você tá vendo aquele cara? Ele é o único negro de todo o bar... (o bar era, na verdade, o Republic Pub, na Vila Madalena)
Billie - É mesmo. E você por acaso vê alguma mulher negra?


Hoje, cheguei ao trabalho e li a seguinte notícia na Agência Brasil:



Na matéria linkada aí em cima, Sueli Carneiro, diretora do Instituto da Mulher Negra em São Paulo, disse:

“As mulheres negras estão ausentes de todas as estruturas de poder da sociedade. Elas são absolutamente minoritárias em espaço de decisões. É uma condição de subordinação e de subalternação social que precisa ter as causas e as razões discutidas”

As pessoas mais simplistas podem não ver a conexão entre não existir uma mulher negra no bar, e ela estar fora das esferas de poder da sociedade. Um dia, uma professora negra amiga da minha mãe disse uma vez que ela sofria preconceito dos próprios homens negros. A sociedade está caminhando para a superação do preconceito racial, mas ainda é cega para o preconceito de gênero. Este, mais forte e mais silencioso.

29 de jul. de 2009

Dente de Leite

É maravilhoso! Uma graça! Adorei e acabei lendo todos os posts! rs

O blog My Milk Toof narra as aventuras de Ickle, o dentinho de leite que voltou para casa de seu antigo dono. Ickle tem um amigo chamado Lardee... Como toda grande dupla: Batman e Robin, Pink e Cérebro, Billie Kid e Mary V., Bruno e Marrone...

Adorei!


"Toda trabalhada na feminilidade" - By Mariana (por email)

21 de jul. de 2009

Homenageada do dia

E a nossa homenageada de hoje é:

Juliette Binoche


Como somos didáticas e agregadoras, primeira lição: leia-se "Diuliéty" e o segundo nome como "Bee-nosh"... Mas, no Brazil costumam chamar a fofa de BINOXÊ - Tipo, Pinochet - o doidão...
Estava assistindo ao deliciooooooooooooooso filme Chocolate (2000) - com o delicioso Depp com luzes nos cabelos - pela décima vez no sábado e resolvi que sua personagem "Vianne Rocher" merecia um ponto de destaque no blog:


"Ponto de Destaque"

Mas, aí lembrei que um amiguinho-tarado-nerd da faculdade (como todos os que lá estudam, incluindo minha pessoa) me disse de uma capa da Playboy maraaaaaaavilhosa com ela, ao que dei uma pesquisadinha meio capenga é a edição de novembro de 2007:



E a fofa tinha 43 anos quando posou.
Arrasooou!
Luxo-poder-riqueza-quero-ser-ela!

16 de jul. de 2009

Lastimável

- Moço, leva mas deixa eu descer, por favor?
- Fica quieta! Ajuda nóis, que nóis ajuda você!


E esse foi o breve diálogo que tive com o senhor ladrão que me roubou R$ 9 na segunda-feira dentro do ônibus saindo da faculdade.

Três jovens perseguidos pelo sistema, pelas barbaridades do capitalismo e pela situação crítica social do país assaltaram a mim e a outras seis pessoas no fundo do ônibus na segunda-feira.
Eles levaram alguns celulares, dinheiro que estava dentro da carteira de todos nós, e um bilhete único - para quem não é de Sampa, bilhete único é o mesmo que dizer "o filho da puta levou a merda do vale-transporte de um mês de trampo".

Esse ano entrevistei uma menina de 11 anos que quando o pai ficou desempregado, se tornou empacotadeira no mercado O Dia. Se eu zombo desses putos no blog não é pq sou uma fascista medíocre antigreve. Mas é em respeito a essa menina e a todas as pessoas daquele ônibus.

Ser assaltada no buzão depois de um dia de trabalho. Andar no transporte público com medo. Ter vontade de chorar após perceber o quanto se é vulnerável... Tem preço: e no meu caso custou R$ 9. Por R$ 9... É lastimável...

7 de jul. de 2009

Too secsy for your body

Entrei na Globo.com hoje para fazer minha ronda diária de notícias relevantes para minha conversa de almoço, e claro, que entrei em uma nota da Quem com fotos do casal-delícia...


Não sei se fico chocada com a sunga branca... Com o tanquinho... Com as coxas...


Com essas pernas cruzadas... Com o fato dele estar mais "Spice Girls" que ela... Pelo peitoral... Pela ausência de pêlos...

Pelas costas... Pelo fio dental... Pela "Itália" de Berlusconi... Pelo bronzeado...
Só sei que nada sei...

24 de jun. de 2009

Sobre uma catadora

Sim. Muitas causas para me engajar ultimamente. Como as pessoas andam extremadas... Eu, hein! De qualquer forma tá rolando greve na USP (e já fui chamada de ignorante em um post abaixo), tá rolando uma discussão sobre um disciplina do meu curso que está polemizando e também a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para jornalistas.

Tá foda acompanhar a tudo, ter opiniões em relação a tudo, terminar o semestre na faculdade, ir bem na revista nova, planejar as férias e fazer hidratação nos cabelos.

De qualquer forma, cá estou eu em mais um post saído no meio de uma profusão de coisas a fazer.

Moda lixo

Para fazer uma reportagem para o Claro!, jornal da faculdade, conheci um casal de catadores de lixo que me rendeu muita história e me renderia ainda mais se eu tivesse tanto poder de geração de conteúdo.

No entanto, tem uma coisa em especial que ficou marcada para mim. A minha ideia era saber se o casal de catadores se vestia com roupas encontradas no lixão. Eles me disseram que há anos não compravam mais roupas. Incrível, missão comprida.

Buuuuut

A Mari, no meio da entrevista, me disse que eu ficaria chocada com a quantidade de coisas boas que ela pegava no lixo. Inclusive, comida.
Coisas realmente boas. "Bandejas inteirinhas de 'Danone'. Pacotes fechados de salsichas. Tudo de ótima qualidade".

Então, parei para pensar nas minhas compras de "ótima qualidade" no mercado e no que significa qualidade para mim. Mas logo afastei isso da cabeça para poder seguir com a pauta. E também seguir com a vida. É difícil ouvir de um outro ser humano o quanto ele se alimenta bem com coisas que encontrou no lixo e ir para casa.
Ao final da entrevista, a Mari me perguntou se eu poderia fazer algo por eles. Eu só respondi que se dissesse que poderia estaria mentindo. Ela me olhou com uma cara de quem entendia perfeitamente. De quem entendia bem mais do que eu.
Muitas causas para me engajar ultimamente...


A reportagem na íntegra está aqui.

8 de jun. de 2009

don't you just LOVE little girls?

Eu ADORO menininhas! Acho que me identifico com a infância e o mundo de imaginação e possibilidades que existe dentro de cada uma delas.
Toda vez que eu converso com uma menina é como se estivesse trocando figurinhas com uma amiga de longa data.
Algumas são princesas, outras exploradoras, cientistas, astronautas, fadas, professoras... Um mundo abstrato tão rico, que muitas vezes os adultos não entendem, ou tentam "moldar" com desenhos animados e conceitos antiquados.










Viva as meninas! Viva!





30 de mai. de 2009

O senso comum, o gosto médio e a Xuxa

Em um debate sobre jornalismo literário, tirei algumas coisas que não sei por quais motivos, naquele momento, me soaram como destaque. Possivelmente hoje eu teria outros:

"O senso comum não serve para nada, apenas expressa a nossa preguiça de pensar" (Pedro Bial - Repórter e apresentador da Rede Globo)

"É possível ter uma relação dialética com a cultura sem ser massacrado; a contracultura cobrou muito daqueles que tentaram viver só o contra, como Cazuza e Raul Seixas" (Pedro Bial)

"Para mim ficção nunca foi o mesmo que mentira" (Sergio Vilas Boas - Repórter e Professor Universitário)

"A democracia leva você a atender o gosto médio" (Pedro Bial)

Bom, bom, muito bom...

E agora um serviço de utilidade pública:

Vamos votar no príncipe que vai aparecer no próximo filme da Xuxa, amigas, amigos e amigues!
Eu votei no Duam! Acho que aquela carinha precisa suuuuuper de um estágio com a tia Xuxa! Tá na hora do mundo descobrir o Duam! Uhn... Gracinha!



Te peguei, baixinho!

27 de mai. de 2009

ah, o amor


conversa com o chuchuzão de manhã. "m" sou eu , "c" é o chuchuzão:


c: poxa, joguei fora meus escritos filosóficos
m: hã??
c: sobre o espírito em hegel...
m: sério? baseado em quê?
c: eu parei de escrever porque não tinha lido o livro todo...
m: novidade né... baseado em quê?
c: nas aulas em frankfurt...
m: mas voce não entendia nem a aula de natação!
c: mas natação tem termos muuuito especificos
m: claro, pq "fenomenologia do espirito" é geralzão, é como... biscoito
c: ah... mas eu gostava
m: você passou na matéria?
c: não fui fazer a prova...
m: quê que você foi fazer em frankfurt? dar a bunda?
c: calma lá, eu não dei a bunda!
m: nem isso! nem is-so!

esse homem é um santo...

25 de mai. de 2009

christo e jeanne claude


Estou amando essa foto para além das palavras. Esses dois velhinhos muito feios são o Christo e a Jeanne-Claude, artistas do novo realismo. O crítico de "pariu" o novo realismo, Pierre Restany, não cita a Jeanne-Claude ao falar dos trabalhos, apenas o Christo. (alerta de machismo, pééé) Mas os trabalhos foram sempre em conjunto, até hoje (no momento eles estão tentando cercar o rio Arkansas com estruturas metálicas, melhor que bingo, não?).
Descobrir a Jeanne-Claude e esse site me fez uma pessoa mais feliz, e, definitivamente, mais bem-humorada.


Você já cercou alguma coisa hoje?

24 de mai. de 2009

Baseado em Fatos Reais

Um operário de 36 anos e outro de 19. Ambos a uma altura de 20 metros do chão, em um andaime, na Zona Sul da cidade de São Paulo. Eles limpavam a fachada de vidro do prédio comercial quando uma ventania inesperada e incomum começou por volta das 14h30. As rajadas de vento chegaram a 80km/h. O andaime chegou a bater algumas vezes contra o prédio e o impacto tinha a força de algumas toneladas. De repente, uma janela se abriu, mãos e uma jaqueta. Era um resgate e a possibilidade de uma vida.

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Dois adolescentes. Irmãos gêmeos. Quinze anos de vida. Estudantes de escola pública, vidas comuns, alunos indisciplinados. Aos três anos, a mãe os abandonou com o namorado que hoje é o pai de coração, e foi embora com outro. Um dos irmãos, moreno (cujo apelido é o nome de algum país latino), e o outro galego de tudo. Há muito se descobriu que não poderiam estudar na mesma sala, ou ateariam fogo nela. Solução encontrada:

O pai, que cuida sozinho dos filhos, preocupado com o desempenho dos meninos na escola, e com o que a rua oferece a um menino dessa idade, arrumou um emprego como aprendiz em uma oficina mecânica para o filho alemão. Com isso, o irmão latino ia à escola pela manhã, enquanto o irmão trabalhador lá estava no noturno.

Um dia, já estava o gêmeo loiro embaixo do elevador da oficina, fazendo o conserto. O elevador, ou rampa, quebrou. O peso do carro foi em cheio na cabeça do pequeno.

A escola não dispensou os funcionários para cortejarem o menino. Ele foi enterrado em um caixote que a prefeitura concedeu e sobre seu corpo jovem e bonito, um papelão.

Em pouquíssimo tempo, acabou a vida cheia de vida.

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Quero escrever sobre tudo. Mas, sou pouco demais para a imensidão do que se apresenta na minha frente. E não tem guerras, ou genocídios, ou impérios caindo. É só tristeza e alegria genuínas.



19 de mai. de 2009

USP em greve - Versão 2009

Achei que deveria me manifestar em relação a greve da USP. Sei lá, essa coisa de movimento estudantil me deixa um pouco de saco cheio na maioria das vezes...



No primeiro ano de faculdade eu até fui às assembleias, às reuniões, li todos aqueles panfletos horríveis (e que não mudaram), votei, fui no raio da ocupação da reitoria entender o que estava rolando... Eu era uma bixete querendo entender tudo, e fiquei sem entender coisa alguma...


Então, aqui vai minha opinião objetiva, sincera e concisa sobre a greve da USP, agora que posso me considerar uma estudante madura:



Para opiniões sinceras, objetivas, verdadeiramente do fundo do coração, podem me mandar no twitter, pois não lerei nada com mais de 140 caracteres sobre o tema.

Uma Beleza de Garota - estimulando o debate das coisas úteis e inúteis...

17 de mai. de 2009

I Feel Good

Pensei em fazer de conta que não faz muito tempo que postei... E acho uma grande ideia!

O mundo mudou, o Coringão voltou, o Lula foi capa da Newsweek e a gripe suína está aí, para apavorar geral... Difícil! E nisso tudo, minhas dívidas proliferaram, por culpa da minha agenda que sumiu. Sem agenda, perco o controle da minha contabilidade, e aí... Já era! Estou pagando tudo até agora!

Mas, nesse mês estamos melhores! Amém!

Como esse sábado foi produtivo, tive muitas coisas a pensar refletir sobre a minha vida:


1) Anestesia de dentista é reaaaaalmente uma viagem metafísica. Eu que tive minha boca anestesiada duas vezes ontem, em pontos diferentes, estou sentindo ela inchada até agora! Mas, o mais legal de todos é a luz azul que ele, tipo, joga na minha boca! Eu muito queria ter uma luzinha pra sair jogando por aí com propriedades curativas, secativas, antissépticas, ou sei lá que porra era aquela! Seria o máximo sair andando por aí, e aí qualquer machucado, dor de cabeça, cólica, a gente tira a luz e "Iáááááááááááááá! Te peguei!" Outra coisa: nunca mais eu quero cruzar com a minha antiga dentista que conseguiu $%¨&%& com os meus dentes! Bitch!


2) Vik Muniz é realmente muito bom! A exposição dele, que por acaso está no MASP, vale muito a pena. Ele faz com que outros artistas que trabalham com lixo pareçam as tias do primário que mandavam a gente ir na sucata pegar pote de Danone e todo mundo fazia o mesmo robô!

3) Crianças se divertem mais nos museus do que adultos cults. Bom, adultos cults não se divertem...

4) Starbucks é caro pra porra. Aquele raio daquele bolinho só me fez ficar mais balofa e mais pobre. E o café não chega perto daquele que meu pai passa. Anotação mental e blogal: pensar duas vezes antes de ir para aquele lugar com um café pretensioso hypado.

5) NUUUUUUNCA MAIS sair de casa com o meu tênis verde sujo escrito "Viva a Revolução" da sexta série com coqueiros desenhados. NUUUUUUUUNCA MAIS sair de casa naquele estilo "menina-displecente-despenteada-que-não-quer-arrumar-marido", ainda mais quando eu sei que vou sair depois, pois reaaaaalmente pode ter um cara muito gato lá! Lembrar que parecer a Susan Boyle pode não ser charmoso-até-meio-geek... Nada contra a fofa, pois eu realmente a adoro - acho até que me emocionei com a apresentação -, mas se eu cruzar com um cara daqueles, prefiro estar mais parecida com a Penelope Cruz! A vida é muito injusta!

6) Palmas para a Ju, irmã da Camila, que falou a melhor filosofia de bar da noite!

- Caras de banda não deviam ter namoradas...
- É, eles deviam existir para fazer o mundo feliz...

- Tipo a ONU!

Lindo demais!! Deu até vontade de cantar o hino da independência depois disso!!!!

Bom, é isso, e assim volto a programação "normal".

16 de abr. de 2009

Da dificuldade de ler emails

Nem sei o motivo de estar postando sobre isso, a não ser o fato de eu ter começado um dia muito bom que foi deprimindo, e terminou em uma quarta-feira de cólica dentro de um ônibus com um motorista meio burro.

A questão, amores, é que muitas pessoas andam reclamando da quantidade de emails que recebem diariamente, de que não conseguem lê-los, que a maioria deles é inútil, incoerentes, ou só dizem respeito a quem enviou. Pessoas no trabalho reclamam, na faculdade, amigos e outras espécies humanas também.

No entanto, li uma coisa incrível na Nova do mês passado com a Paola Oliveira na capa sobre etiqueta de trabalho (que é uma revista muito interessante! Fiquei realmente surpresa com a forma que essas moças descrevem algumas variações de sexo oral. É bem detalhista, um primooooor da literatura). Uma das questões era se eu seria perdoada em não responder alguns emails da minha caixa de entrada, já que eu recebo uns 200. E eles disseram que não.
Achei muito boa a resposta, e percebi que sou realmente mal educada. Quando eu tinha catorze anos, pensando que eu vivo em um mundo digital, a quantidade de emails que recebia era tipo, um PowerPoint encaminhado por dia, ou uma corrente me prometendo amor, sexo e dinheiro. A medida que fui criando mais responsabilidades, passei a receber cerca de uns 20 por hora. Em várias contas de email diferentes.

Não estou dizendo que todas as pessoas merecem respostas. Pessoas escrotas, não merecem! Spams não merecem se não vierem com promoções incríveis... Mas, as demais pessoas precisam e devem ter respostas. Elas vão entender que você demore para responder, mas não precisam entender que VOCÊ acredita que tudo o que VOCÊ diz é importante, mas o que elas dizem é ridículo ou supérfluo. Então, se eu puder dar a minha contribuição de hoje para um mundo melhor, seria: não assuma mais responsabilidades do que possa assumir, para não precisar arcar com as consequências de cada uma delas. Ainda que seja na forma de 500 emails absurdos, é preciso aceitar que elas nunca vêm com limite de caracteres, ou com tudo sob controle.

Responsabilidade é fazer o melhor para que tudo dê certo e competência é a forma como se lida com situações que não estão sob controle. Como quase tudo.

Nossa, como estou guty hoje!

Informações rápidas :::::: Os americanos premiaram o bispo escroto de Recife e Olinda que excomungou a menina de 9 anos que provocou um aborto após ser estuprada por um filho da puta. Acho que foi depois de ler essa merda que comecei a ter cólica. Aja útero para aguentar tanta idiotice.


6 de abr. de 2009

Pra cima de moi!

No divã de Marta Suplício:

Hoje, eu gostaria de falar sobre “Ele Não Está Tão Afim de Você” – O Filme, que foi o que vi neste fim de semana, com mais duas outras amigas do Velho Oeste.

Eu ouvi uma história de que foi baseado em um livro lançado há pouco com o mesmo nome e que conta os motivos das mulheres verem sinais em um relacionamento, e lógico, verem tudo errado.

Eu saí de lá bem feliz, por sinal. Fui comer minha torta de limão e fiquei mais feliz ainda. Tem um casalzinho de amigos em que o cara ensina para a fofa que as mulheres veem uma porção de coisas absurdas e não enxergam a realidade. Depois, é a vez dela dar uma lição de moral no cara que se achava o dono da razão e diz que prefere ser assim meio cegueta, do que ter aquele excesso de frieza dele...

Ok, that’s right... Eu só cheguei ao meu momento de iluminação hoje.

Em ambos os casos, acho que o que foi dito pelos dois foi uma baboseira incrível.

Tanto o fofo cético, quanto a fofa tonta são batidos demais para serem levados a sério. Se o livro fala sobre isso, é uma tremenda idiotice.

Vamos pensar em uma coisinha:

Independente de sinais para o sim, ou para o não, ou para o “me deixe, sua louca”, ou “me consuma enquanto quente”... Quem vê SINAIS devia estar fazendo filme com o Mel Gibson. Quem adivinha coisas é pobre porque é burro. Quem interpreta coisas devia estar rotulando gente na Academia Brasileira de Letras.

Então, baby:

“Ele Não Está Tão Afim de Você” é tão ridículo quanto “ele está louco por você”. Se isso, não foi dito em primeira pessoa, vale mais esperar outro filme, com outro bofe (ou mina, a opção é sua) que talvez esteja disposto a dizer isso na lata!


Tomou ou quer com força?

1 de abr. de 2009

movimentos sociais (bocejo)

Só vou passar o link do blog da Mary W. (atenção para inicial de sobrenome diferente, não sou eu!).

Li, bati palminhas de satisfação. Queria que ela escrevesse um livro sobre isso, eu diagramava, publicava, pagava a gráfica e ia distribuir nas ruas. Quando li na segunda vez juro que dei gritinhos.

(tá difícil de linkar, mas é o texto longo sobre a entrevista do Giddens, com a menina com a calcinha manchada na foto)

"E ontem eu fiquei pensando muito nisso. De como os movimentos sociais se apropriam de bandeiras. E de como alguns grupos se apropriam dos movimentos. E volta aquela discussão, que é caríssima pra mim. De que os movimentos sociais não existem de fato, seriam uma construção da sociologia."


clap, clap, clap.

30 de mar. de 2009

paixão


"Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante."

Clarice Lispector, "Felicidade clandestina".
foto: Matthew Dols

26 de mar. de 2009

foto da semana


A parlamentar dinamarquesa Hanne Dahl cuida de seu bebê e vota ao mesmo tempo, durante sessão do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Achei fofo, mas ficou a questão: e se ela fosse homem? Aceitaria a "saia justa" de ter que levar ao trabalho mega-importante seu bebê? Teria a mesma aceitação da imprensa?

Eis o dilema do girl power: superação de limites ou superação da capacidade de subordinação?

fico me perguntando...

13 de mar. de 2009

Jogo do "Se isso, faço aquilo"

Quem nunca jogou esse jogo, provavelmente é uma pessoa de decisões rápidas... Vá assistir ao House que você está perdendo tempo neste post, gata (o)!


Xsupa que é de uva!

A ideia é condicionar o quê você vai fazer depois, ao fator "sorte". Na verdade, nós nunca sabemos se é sorte mesmo, ou se temos alguma coisa a ver com aquilo. Por exemplo:
- Se o ônibus Lapa passar, vou direto para casa! Se vir o City Jaraguá vou comprar esfihas!
- Se o ônibus que eu pegar passar atrás do shopping, vou comprar uma peça de roupa!
- Se hoje eu conseguir fazer bem aquele trabalho, vou continuar no meu trampo!
- Se ele parecer mais atencioso hoje, não vou desistir de insistir em nós dois.
- Se ela falar só mais uma vez, juro que enforco a vagabunda!...

Bom, e por aí vão os exemplos! É um jogo muito leve e divertido e dá para brincar sozinho o dia inteiro. Já tô craque!!!!!!!!!!


Você pode terminar o dia comendo esfihas, com um chapéu novo, no trabalho chato que foi feito para você, caidinha por aquele cara que só te percebe quando quer, matando a %¨&*%$#$!


ô vidinha, deliciosa, hein?

7 de mar. de 2009

motivos

da ANSA

é por isso que eu não sou cristã:

"Ontem, o arcebispo pernambucano reiterou que a mãe da menina e todos os médicos envolvidos em seu aborto estavam excomungados, o que na prática impede que um fiel possa receber os sacramentos da igreja, como a comunhão e o casamento.
(...)
Ele também afirmou que o padrasto da menina, que confessou ter abusado dela e de sua irmã mais velha, de 14 anos, não sofrerá a mesma punição porque o estupro não figura entre os crimes considerados gravíssimos pela Igreja Católica."

e é por isso que eu voto no Lula:

"Ao falar sobre o caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou ontem a decisão do arcebispo pernambucano como "conservadora" e afirmou que a medicina estava "mais correta" que a igreja. "

Falta muito nele, mas, para um político, se levantar contra a igreja católica é mais difícil do que a gente imagina.
E sério, a menina foi estuprada pelo padrasto, e ela tem 9 ANOS. Ficou grávida sem nem saber o que é isso e depois de tudo a igreja, onde as pessoas normalmente procuram conforto, diz que a pecadora é ela.
Não, eu não tenho nada a ver com essa igreja, uma igreja que trata as mulheres com esse desrespeito, como cidadãs de segunda classe, animais obedientes, que imagina que todo esperma é sagrado, mas a mulher não é.
Já rompi com essa instituição, não posso concordar com eles, com suas leis... O deus deles me odeia, é só isso que eu consigo ver, me odeia por tudo que eu sou e tudo que eu faço.
Segundo esse deus eu estou errada desde a hora em que acordo até a hora que vou dormir. O sexo, o trabalho, a pílula, a camisinha, nossos seios, tudo é errado pra esse deus.
Por todas as minhas escolhas, pelas escolhas das minhas amigas e das outras mulheres. Esse deus nos vira as costas desde sempre, é um deus político. Bom seria se ninguém precisasse dele. Aí teríamos chance de viver em um mundo ético.


pôster da propaganda anti-estupro da Itália: "Quem paga pelos pecados do homem?".


5 de mar. de 2009

as long as you love me...

Volta de Backstreet boys ao Brasil: luxo, poder, sedução. Oi? Cadê? Quando a gente tinha 10-11-12 anos esses caras eram a definição de homem gostoso. sonho de consumo que hoje tá mais pra sonhos de "descarte".

Bem me lembro...

Em 2001 no dia que eles vieram fazer o show em São Paulo aconteceu a minha festa de aniversário de 13 anos, e eu lembro de ter colocado o rádio no meio da festa pra que a gente pudesse ouvir a transmissão do show.


Os shows feitos no Brasil em 2001 atraíram tanto, mas tanto público que as imagens capturadas aqui foram usadas em clipes da banda. Não precisei pesquisar nada do que falo aqui, eu, como a maioria das pessoas da minha idade, tive o Backstreet boys na mente por muuuito tempo.


Mas essa volta deles tá um tanto quanto...

ai.. será que digo?
(tirem as crianças da sala, eu vou falar)

PATÉTICA!

Primeiro: Backstreet Boys sem Kevin não dá. NÃO DÁ.

Lembra do Kevin...




Ah. o Kevin...











O Kevin era o mais bonito e talentoso deles (pra mim, pra freak da Billie era o AJ), e, quando a turnê foi anunciada ele disse pra imprensa que isso era patético nas entrelinhas: "God bless you all, but I'm out". Que foi algo do tipo "Fi, tenho maizoquê fazê". Hoje na home do UOL tinha um vídeo do Brian pedindo para as pessoas IREM no show (tão ouvindo os sininhos do desespero?), enquanto isso na Folha a matéria de chamada era "Fomos os únicos que sobraram, temos que sobreviver" ou algo do tipo (não lembro e não vou passar o link, questões ideológicas).
Perdeu a magia.
Ninguém que eu conheço quis ir no show despirocar quando eles tocassem "Get Down" e olha que as pessoas do meu convívio curtem isso.
É o fim de uma era. Que deveria ter acabado mais cedo, sinto dizer.

Enquanto isso o jeito é ficar com as lições de moral, desejo, sedução e romance que as músicas antigas ainda nos trazem. Pensar que parte da nossa educação emocional também veio deles. Thanks boys!

"Once we were lovers
Just lovers we were
Oh what a lie
Once we were dreamers
Just dreamers we were
Both you and I

Now I see
you're just somebody
Who wastes all my time
And money
What a lie
You and I"
(de 10.000 promises - praticamente Kierkegaard )


decadência: define.