22 de out. de 2008

ser mulher - parte 1

Eu jurei que não faria um post “Eloá” como todo mundo, jurei mesmo. Na verdade, não falemos de feminismo, mas sim da MISOGINIA DOMINANTE e o costume (sim, costume) de violência contra a mulher. Quando eu e a Billie tivemos a idéia de fazer um blog, seria pra poder ter algo de “alma feminina” naquilo que escrevessemos e alma feminina passa beeeem longe de “Sex and the City”.
Logo, esse post terá várias partes, mas com alguns interlúdios das asneiras habituais que a gente fala.
Já existem comunidades no orkut dizendo que Eloá foi tarde, não passava de uma puta que “dava” desde os 12 anos, que o “coitado” do namorado era um rapaz trabalhador que perdeu a cabeça e que ela não era “santa”.

Por que por “santa” entendamos VIRGEM.

O tabu da virgindade feminina ainda não desapareceu e é terrível ver o tipo de declarações feitas em relação às mulheres quando o assunto é sexo. Ainda hoje ser estuprada é sinal de ter “pedido por isso”, pedido através das roupas, dos gestos. Um homem tem medo de ser estuprado se vai para a cadeia, uma mulher tem medo de ser estuprada quando sai de casa (lembrando, caros amigos, 70% dos estupros vêm de dentro de casa: pais, maridos, padrastos, tios, primos...). E com certeza ainda tem gente lendo isso pensando que eu não passo de uma “menina revoltadinha”, mas, como muitas mulheres podem confirmar, TODAS nós carregamos pelo menos uma história de violência ou ameaça de violência nas costas. Inclusive eu.
Ser homem é não sentir medo de andar sozinho, por que mulher que anda sozinha só pode estar a procura de um bom pinto. Estou sendo rude? Meu vocabulário é baixo? Baixo é viver como posse de alguém, como posse da coletividade masculina, como ser de “segunda categoria”. Eloá passou por um jogo de posse, e homens como Lindemberg existem em todos os lugares (posso apontar um ou dois na minha própria família): eles são os donos, donos da força e do apoio moral e religioso, ofendem e agridem mulheres por não conseguirem lidar consigo mesmos. Foram criados por mães e irmãs que defenderam esse ideal e são tão misóginas quanto eles. Parte da culpa pela violência contra a mulher também é nossa: nós ensinamos nossos filhos, maridos e namorados como eles devem nos tratar.
Esse assunto não acabou, apenas o post. Estou nervosa demais e com trabalho demais pra continuar, parabéns pra quem leu até aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Interessante sua revolta...contra até os homens da própria família.
Algo de podre no reino de Lux City.